quinta-feira, 28 de abril de 2011

AS MUSAS DO CINEMA NOVO


O Cinema Novo foi o primeiro e quem sabe o único movimento de vanguarda intelectual do cinema brasileiro. O autêntico precursor do movimento foi Nelson Pereira dos Santos e seu filme Rio 40 graus (1956), apesar de Glauber Rocha ter ficado mais estigmatizado e lembrado como tal hoje em dia, já que foi o seu maior porta-voz.

Foram várias as atrizes que se destacaram nesse período, tornando-se musas:

 ANECY ROCHA - Anecyr de Andrade Rocha nasceu em 1942 e era irmã de Glauber Rocha. Estreou no cinema em Menino de Engenho (1965), que era produzido pelo irmão. Quase todos os seus filmes podem ser enquadrados no Cinema Novo, como A grande cidade (1965), Brasil ano 2000 (1968), Os herdeiros (1969), Na boca da noite (1970), O amuleto de Ogum (1974) e A lira do delírio (1977). Faleceu tragicamente em 1977, aos 35 anos quando caiu no foco do elevador do prédio em que morava. O elevador estava quebrado e o corredor mal iluminado.



GLAUCE ROCHA - Uma das mais importantes atrizes do cinema e do teatro brasileiros. Fez sua estreia no teatro em Dona Xepa (1953) de Pedro Bloch. No cinema participou de Rio 40 graus (1955), Os cafajestes (1962), Cinco vezes favela (1962), O beijo (1963), Terra em transe (1966), Jardim de guerra (1968), mas seu filme que eu mais gosto é Um homem sem importância (1971). Mantinha um ritmo de trabalho alucinante. Enquanto filmava Navalha na carne (1969), também fazia uma novela na Globo, além de teatro, então entrou no esquema das pílulas para dormir e acordar e morreu de infarto fulminante aos 38 anos (em 1971), mas por mais estranho que pareça, tinha dito que gostaria de morrer jovem.



ISABELLA - Também conhecida como Isabella Cerqueira Campos e mulher do cineasta Paulo César Saraceni. Estreou em Cinco vezes favela (1962) e participou ainda de O desafio (1965), Proezas de Satanás na vila do leva e traz (1967), O bravo guerreiro (1968), Lúcia McCartney – Uma garota de programa (1970), A lira do delírio (1977) e Lerfa Mu (1978), mas considerava A possuída dos mil demônios (1970) de Carlos Frederico (seu segundo marido), seu melhor filme. Faleceu há poucas semanas.



IRMA ALVAREZ - Nasceu na Argentina em 1933 e estreou no cinema de lá em 1950. Seu filme mais importante foi Porto das Caixas (1962), mas participou também de Terra em transe (1966), de Todas as mulheres do mundo (1966), de É Simonal (1970) e de várias novelas, como Pai Herói (1979) e Sétimo Sentido (1982). Faleceu em 2007, em decorrência de um câncer nos pulmões.



DINA SFAT – Estreou no teatro amador em Os fuzis da Senhora Carrar de Bertold Brecht, participando em seguida de dezenas de outras até sua estreia no cinema em Corpo Ardente (1965) de Walter Hugo Khouri, fazendo em seguida Edu coração de ouro (1967), Jardim de Guerra (1968), Macunaíma (1969), Os deuses e os mortos (1970) e O homem do pau-Brasil (1981). Estreou na TV na novela Ciúme (1966) ao lado de Cacilda Becker e em seguida fez O homem que deve morrer, Selva de Pedra, Fogo sobre terra e O astro, num total de 17 novelas, que ela atuava com grande prazer. Foi casada com o ator Paulo José e era mãe da atriz Bel Kutner. Morreu em 1989, em decorrência de um câncer diagnosticado três anos antes.


Continua...


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