segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

ENTREVISTA COM A CRÍTICA DE CINEMA TACILDA AQUINO - PARTE 2


Você deve ter conhecido muitos países em tantas coletivas de imprensa que participou. Cite Alguns...

Por incrível que pareça as viagens que fiz para o exterior como jornalista não se relacionaram a coberturas de festivais de cinema ou eventos culturais. Os jornais de Goiânia não tinham essa cultura de enviar jornalistas para estas coberturas e as distribuidoras também não pagavam por viagens de lançamentos de filmes, como fazem atualmente.  O máximo que a gente tinha era a chance de assistir os filmes antes de ele entrar em cartaz, geralmente na sala do antigo Cine Capri, na Avenida Anhanguera (que se transformou em igreja evangélica). As viagens que fiz ao exterior a trabalho foram em sua maioria, para a área de informática.


Qual o seu cinema preferido? Qual sala que mais freqüenta?

Não tenho preferência por salas. Quero ver o filme se a única opção for as salas do Banana Shopping (as mais deficitárias), o jeito é enfrentar. 


Você prefere o cinema clássico ou o atual?

Não tenho preferência. Já vi muito clássico, do tempo do cinema mudo, do cinema falado, dos filmes em 3D... Prefiro dizer que gosto de histórias bem contadas, como O Artista e A Invenção de Hugo Cabret. 


Qual seu gênero preferido e de qual menos gosta?

Quando atuava sistematicamente, me via na obrigação de assistir todos os gêneros, até mesmo os besteiróis do estilo Todo Mundo em Pânico. Atualmente quando vejo o anúncio de um filme destes dou graças a Deus de não estar mais empregada. Além destas bobagens confesso que não gosto muito dos filmes de vampiros (não vi e nem sinto vontade de ver a trilogia Crepúsculo). Acho que gosto mais de drama porque ele, o drama, dá a chance de o cinéfilo apreciar grandes interpretações. Nos filmes de ação, o espetáculo geralmente fica por conta dos efeitos especiais.


O que você acha do cinema nacional? Será que um dia ele terá condições de concorrer com o cinema americano ou pelo menos de tornar-se uma indústria?

Temos grandes diretores e grandes filmes. Sempre tivemos. Desde os tempos da Vera Cruz, de Oscarito, Grande Otello, Glauber Rocha, Anselmo Duarte. Mas temos muita bobagem também. Acho que o maior pecado do cinema nacional ainda é o fato dele ser uma extensão da TV, da maior produtora ser ligada à maior rede de TV. Tenho uma certa preguiça de ir ao cinema e ver na telona os mesmo atores das novelas. Quando se tem a sorte de ver na tela uma história bem contada ainda dá, mas como a gente vê coisas como E aí.. Comeu? eu realmente fico triste. Mas temos bons filmes, e bons diretores e vale citar alguns que valem a pena rever, como de Walter Salles (Central do Brasil), Fernando Meireles (Cidade de Deus), José Padilha (Tropa de Elite 1 e 2), Karim Ainouz (O Céu de Suely), Jorge Furtado (Ilha das Flores), Eliane Café (Kenoma), Guel Arraes (O Auto da Compadecida). Entre os atores de TV que ainda valem a pena serem vistos na telona eu destaco o José Dumont, Selton Mello, Lázaro Ramos, Mateus Nachtergale, Marco Nanini. As atrizes, Fernanda Montenegro, Denise Fraga. Tem um filme brasileiro que gosto demais, chamado Pequeno Dicionário Amoroso, que a Sandra Werneck dirigiu em 1997, com Andrea Beltrão e Daniel Dantas, conhece? Gosto muito dele.



Também adoro o Pequeno Dicionário Amoroso, Tacilda, mas com que freqüência você vê filmes? Diariamente, quando dá tempo, ou quando dá vontade?

Quando não dá para não deixar de ir. Quando estréia um filme de Polanski (O Deus da Carnificina), do Ridley Scott (Prometheus) ou uma nova aventura do Homem Aranha (meu super-herói predileto dos tempos em que lia HQs). Ou para ver a quantas anda o cinema nacional e descobrir que Assalto Ao Banco Central, de Marcos Paulo é uma grande roubada ou que E aí... Comeu? é de um tremendo mau-gosto. E tem a questão de quando tenho dinheiro também (risos)


Você vê mais filmes no cinema, em DVD ou na TV por assinatura? Qual deles é o seu preferido?

No cinema. DVD quase não vejo porque se não vejo na tela grande, baixo da internet e vejo na TV, aí quando sai o DVD já não tem muita graça ver de novo. No DVD vejo muitos shows musicais. Não existe nada que supere se assistir a um filme “no escurinho do cinema...”


Sei da sua paixão por séries de TV, que ultimamente estão com um padrão tão alto de qualidade que conseguem atrair atores do porte de Dustin Hoffman. Quais são suas séries preferidas?

Não gostei da séria estrelada por Dustin Hoffman. Assisti somente dois episódios. Gosto imensamente de Law & Order SVU, The Good Wife, Dexter, o serial killer que a gente odeia amar, mas não consegue evitar e Smash, cuja ação se passa nos bastidores de um musical da Broadway. Ocasionalmente vejo The Big Bang Theory e os clássicos Friends e Seinfeld.


Você ainda trabalha com crítica cinematográfica? Como é a sua rotina?

Não estou mais trabalhado. 30 anos de jornalismo me renderam uma boa LER (Lesão Por Esforço Repetitivo) e tenho dores crônicas nos dedos quando digito por muito tempo. Mas ainda gosto de escrever e quando quero matar a saudade, cometo algum comentário para meu blog (www.tacilda-aquino.blogspot.com) e para o Jornal Opção (www.jornalopcao.com.br)


Tacilda, obrigado pela honra de me conceder essa entrevista. Foi a minha primeira. Não imagina o quanto sinto saudades daqueles tempos da pós-graduação em que estudávamos e depois sempre dávamos um jeito de nos reunir e jogar conversa fora, sobre cinema ou coisas afins.


Grande abraço.

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